Mais plástico do que plâncton nos mares

Segundo especialistas da ONU, a cada quilômetro quadrado do oceano, existem 18.000 pedaços de lixo plástico. Um perigo para o meio ambiente.

Todas as manhãs o mesmo ritual: ainda sonolento enfiar os pés nas pantufas, jogar o roupão de poliéster displicentemente por cima dos ombros, uma leve pressão sobre o tubo plástico de pasta de dente e, com a escova, limpá-los. Já nos primeiros minutos do dia, ele - o plástico - está presente em nossas vidas, sendo impossível nos imaginar sem o mesmo. Vivemos em um mundo plastificado, afirma o cineasta austríaco Wiener Boote, desenvolvendo a idéia em seu filme "Plastic Planet". O longa, sobre nosso dia-a-dia sintético e suas marcas deixadas no meio-ambiente, estreou na Alemanha no dia 25 de fevereiro deste ano.
Dentro de um período inferior a um século, os materiais plásticos (fabricados à partir do petróleo) ganharam o mundo consumista e, infelizmente, também a natureza. Em 1862, Brite Alexander Parkes criou o primeiro tecido em parte sintético, feito de celulose e nitrato. Em 1922, o químico alemão - e mais tarde ganhador do Prêmio Nobel - Hermann Staudinger descobriu materiais formados por cadeias de milhares de pequenas moléculas unidas umas às outras, chamando-as de Super Polímeros. Seu colega, mais jovem e norte-americano, Wallace Hume Carothers retomou a descoberta e criou materiais mais modernos, como o Nylon, Acrílico, Neoprene e Polietileno. Na década de 30 o caminho para a produção em massa estava livre, uma vez que o petróleo passou a ser produzido.
Hoje em dia, a indústria plástica gasta algo como 800 bilhões de euros para desenvolver, produzir e fabricar uma quantidade muito além da imaginação de bens encontrados em todas as partes do dia-a-dia, desde brinquedos de criança até decoração para túmulos. Mas os polímeros ficam no mundo por muitas centenas de anos - um tempo bem maior do que o utilização inicial do produto pelo ser humano. E assim, o material que permite a fabricação de praticamente tudo, torna-se um vilão, poluindo paisagens e oceanos.
Isso acontece, principalmente, devido aos mais leves e tomados como insignificantes, como as embalagens plásticas. Elas passeiam pelas praias, tremulam penduradas às árvores, convivem ao lado da civilização nos arbustos do Saara. E elas flutuam pelos mares. O programa da ONU de Meio Ambiente estima haver 18.000 peças de lixo plástico por quilômetro quadrado no oceano. A maior parte desses detritos se encontra abaixo da superfície, desaparecendo aos olhos humanos, mas não à natureza, sendo que 70 por cento acaba no fundo oceânico. Um pedaço grande de lixo divide-se em pequenas partes, que, muitas vezes, por um longo tempo flutuam na água, sendo confundidas com plâncton pelos peixes - que morrem de estômago cheio. "Para cada parte de plâncton, existem 6 partes de plástico" diz no filme o oceanógrafo e defensor do meio ambiente, o americano Charles Moore. Ele levou Werner Boote em seu barco de pesquisa "Algalita" ao centro da poluição no Pacífico - Norte, a sudeste do Havaí. Lá há um imenso redemoinho com pequenos pedaços de lixo plástico, o North Pacific Gyre: no local existem 60 partes de detritos para uma de plâncton.
Grande parte disso vai para os estômagos das aves marinhas. "Longe da civilização e do turismo, mais ou menos na costa do território dinamarquês nas Ilhas Faroé, pesquisadores encontraram pedaços de plástico nos estômagos de mais de 90 dos pássaros mortos" a Gesellschaft zum Schutz der Meeressäugertiere, a GSM (ou Sociedade de Proteção aos Mamíferos Marinhos, em português). Mais de um milhão de aves marinhas e milhares de tartarugas morrem todos os anos em decorrência do lixo plástico, afirma a GSM, e até mesmo os pais alimentam os filhotes com o material, confundindo-o com comida.
O mundo plástico também deixa há algum tempo marcas no próprio homem: tanto as desejadas - como o silicone enxertado nos seios femininos - quanto o contrário, através de poluentes no sangue, fígado, cérebro e órgãos sexuais.
Bisfenol A, ftalatos, nonilfenóis e acetaldeídos são alguns dos poluentes e grupos de produtos tóxicos feitos de material sintético e que causam danos ao meio ambiente e podem levar à problemas de saúde. A exemplo do Bisfenol A, mostrado no filme: de uso muito difundido, ele é a base do policarbonato, que é utilizado para a produção de louça plástica e mamadeiras. O elemento não é um veneno poderoso, mas faz parte do grupo de substâncias que podem ter efeitos hormonais - como o estrogênio. Em ratos de laboratório, ele alterou o material genético.
Para proteger o homem dos efeitos negativos do mundo plástico, existe para o bisfenol A, ftalato e outros elementos, quantidades máximas para o consumo diário ou liberação no meio ambiente, embora, de qualquer maneira, ainda não sejam conhecidos os efeitos de qualquer material sintético, uma vez que ainda não foram devidamente pesquisados.
À moda do provocante diretor Michael Moore, Werner mostra aos espectadores - de forma chocante e sem papas na língua - as imagens do planeta de plástico e seus materiais que são onipresentes no dia-a-dia. Todos os dias, logo após levantar.


O site do filme: www.plastic-planet.de

O Problema das Sacolas Plásticas

O Rio gasta R$15 milhões por ano dragando os Rios por causa de plásticos!!!!
Eu tava lendo o blog da Miriam Leitão no Globo Online e vi um post de fevereiro que vale a pena ser comentado. Ela estava falando da queda do dólar e o problema das sacolas plásticas. Às vezes a gente nem se dá conta da quantidade de sacolas plásticas que usamos no cotidiano. O pior é que a gente nem pensa em onde elas vão parar depois! Abaixo está uma parte do post da Miriam Leitão:
"Muita gente não se dá conta, mas as sacolas plásticas são um problemão. Só para se ter uma idéia, calcula-se que no mundo 1 milhão de sacolas plásticas são descartadas por minuto. No Brasil, 10% do lixo são de sacolas plásticas. No Rio, consome-se 1 bilhão de sacos plásticos por ano e 90 milhões de garrafas PET. O Rio gasta R$ 15 milhões por ano dragando os rios para tirar o plástico que entopem tudo. Cada brasileiro consome 19 quilos de sacolas plásticas por ano. Até as degradáveis possuem metais pesados na composição que contaminam o lençol freático. Alemanha, Dinamarca e até a China baniram as sacolas plásticas nos supermercado. O bom mesmo seria voltar ao velho hábito de levar sacolinhas de pano para as compras."

Agora, imaginem se esses R$15 milhões pudessem ser usados, em vez de na dragagem dos rios, em educação!



Poderiámos reformar escolas públicas, colocar computadores, salas de projeção de filmes para as crianças. Tanta coisa boa poderia ser feita com os nossos R$15 milhões por ano se a gente pararasse de usar sacolas plásticas e adotasse a velha sacola de pano...


Postagem de autoria do blog: http://polivox.org/node/85

Um pouco mais sobre o EDAMPRA.

 O aumento alarmante da geração de resíduos sólidos vem preocupando a comunidade internacional á muitos anos, em função aos danos ambientais produzidos pela inadequada disposição dos mesmos.
 Algumas conferências mundiais debateram problemas relacionados á gestão dos resíduos sólidos na região costeira e os problemas relacionados, entre essas conferências mundiais podemos destacar: A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar em 1982, dez anos depois, A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento a então conhecida ECO 92.
  A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982, sem a menor dúvida, é um marco do direito internacional. Num único instrumento, bem compartimentado, de muitos artigos e de caráter inegavelmente universal, consolidaram-se muitas regras de direito do mar e marítimo, bem como se estabeleceram regras ao direito internacional para definir juridicamente todos os elementos físicos que compõem o Mar, sem descuidar de regras de preservação do meio ambiente marinho, objeto deste projeto.
  A Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e Desenvolvimento a eco-92, discutiu-se, principalmente, uma forma de se promover o desenvolvimento sustentável. A eco-92 caminhou para acordos sobre a preservação ambiental e trouxe resultados expressivos, como a elaboração da Carta da Terra e a Agenda 21. A Agenda 21 constituiu-se em um marco para nortear a pratica de ações públicas e privadas sob o conceito de Desenvolvimento Sustentável. A Agenda 21 estabeleceu as bases das novas concepções de desenvolvimento, ao compatibilizar o atendimento das necessidades presentes, sem comprometer os recursos necessários á satisfação das gerações futuras.
 O objetivo maior da Agenda 21 é incentivar atividades econômicas em harmonia com o meio ambiente, promovendo a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. Desta forma, o Desenvolvimento Sustentável envolve três vertentes: a econômica, a social e a ambiental. Ou seja, o novo padrão estabelecido pela Agenda 21 busca a harmonização dos objetos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. (Manual de gestão urbana – 2010).
 O capitulo 17 da Agenda 21 é destinado á “Proteção dos Oceanos, Todos os Tipos de Mares, Incluindo os Fechados e Semifechados, e Áreas Costeiras, Proteção e Uso Racional e Desenvolvimento dos seus Recursos Vivos”, sendo o mais longo e, talvez, o mais complexo, ressaltando em sua introdução um ponto que permeia todo o capitulo: a necessidade de uma nova abordagem, de caráter integrador, para gestão das áreas costeiras e marinha, sem fragmentação de ações e tendo, ainda, um conteúdo no sentido de precaução e antecipação. É divido em sete programas: Gestão integrada e desenvolvimento sustentável das áreas costeiras, incluindo as zonas econômicas exclusivas, Proteção do ambiente marinho, Uso sustentável e conservação dos recursos vivos marinhos de alto mar, Uso sustentável e conservação dos recursos vivos marinhos sob jurisdição nacional, Analise das incertezas criticas na gestão do ambiente marinho e mudança do clima, Fortalecimento da cooperação e coordenação internacional, incluindo a regional, Desenvolvimento sustentável de pequenas ilhas. (Calisto – 2000).

 Para que haja um controle da problemática do lixo e necessária a execução de ações que devem ser planejadas de forma racional e integradas, levando a um gerenciamento adequado do lixo, que é um dos serviços municipais de maior visibilidade por seus efeitos imediatos, representa boa aceitação da administração municipal por parte da população, assegura saúde e bem estar e significa economia de recursos públicos, além de vir ao encontro de um desejo maior que é a melhoria da qualidade de vida da geração atual e das futuras e conscientização do meio ambiente. (Ana helena mousinho caldas – 2010).
 A definição de poluição marinha pelo artigo primeiro da convenção do Direito do Mar de 1982 diz:

      “significa a introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substancias ou de energia no ambiente marinho, incluindo os estuários sempre que a mesma provoque ou possa vir a efeitos nocivos, tais como danos aos recursos vivos e vida marinha, riscos a saúde do homem, entrave as atividades marítimas, incluindo a pesca e as outras utilizações legitimas do mar, alteração da qualidade da água do mar, no que se refere a sua utilização e deterioração aos locais de recreio.” (Calisto-2000).
 O controle da poluição marinha este intimamente ligado a gestão ambiental e ao processo de tomada de decisão para o gerenciamento da zona costeira, fazendo-se necessário a participação da sociedade em suas diferentes formas de organização. E a educação ambiental se enquadra no contexto para propor uma maneira menos impactante no meio, na interação entre homem e meio ambiente.
 O lixo marinho pode custar caro para as comunidades costeiras, pois ocasiona perdas estéticas e turísticas e da qualidade da água das praias ou pelos custos para limpeza pública e das doenças associadas ao lixo. O lixo nas praias resulta em problemas a fauna e flora marinha, prejuízos para a economia de municípios costeiros e riscos aos frequentadores de praias.
 Quanto aos problemas relacionados á atividade da pesca, os resíduos no ambiente marinho prejudica embarcações, matam animais da fauna marinha, prejudicando a cadeia alimentar gerando diminuição de biomassa pescada esses fatores representam problemas econômicos locais devido a pesca representar grande parte da economia da região.
 Entre os problemas representados para a fauna marinha, destacamos dois tipos: o enroscamento de organismos marinhos e a ingestão de resíduos por animais marinhos.
 Outro fator que representa riscos a vida marinha relacionado com o lixo marinho é a disposição incorreta de resíduos como pilhas, baterias e resíduos agrícolas, pois liberam compostos químicos que se acumulam a cada nível trófico chegando a atingir o homem.
 O lixo acumula-se e traz problemas para a saúde em virtude da proliferação de parasitas e surgimento de doenças. O problema do lixo jogado indiscriminadamente nas praias junto com o entendimento dos frequentadores sobre o meio ambiente pode gerar ações voltadas á educação ambiental.

 De acordo com o citado acima se pode dizer que atualmente um dos grandes problemas das áreas costeiras este intimamente relacionado ao entendimento dos frequentadores de praias sobre o meio ambiente. Esta carência traz perdas paisagísticas e turísticas, problemas ambientais e perdas econômicas, este por sua vez pode atingir áreas distantes já que o lixo pode ser levado a outros lugares por correntes marítimas.
 Considerando os frequentadores como responsáveis de uma porcentagem do problema, este trabalho busca conscientizar e sensibilizar os mesmos para a possível diminuição do problema.

O lixo básico de fim de feira e suas conseqüências nos ambientes marinhos.

É muito simples falar de poluição marinha, relacionando materiais sintéticos, a exemplo:
Plásticos. Um grande problema que pouco é discutido está relacionado com ás feiras livres, ou seja, em ruas das cidades. Você deve estar se perguntando. “Como assim uma simples feira, pode ocasionar danos aos ambientes marinhos?”
 Pare e pense!
Geralmente nestas feiras, os participantes das mesmas (vendedores e clientes), acabam jogando lixo nas ruas. Esses materiais em sua maioria são coletados pelos serviços de limpeza publica, mas olhe só!
Os materiais sempre vão ou são depositados fora da área que ás ruas são varridas e acabam parando em bueiros e conseqüentemente, chegam nos ambientes aquáticos, prejudicando á fauna e a flora. Muitos problemas estão relacionados a materiais plásticos, como: Asfixia inanição e estrangulamento, de animais destes ecossistemas. Ainda liberam Bisphenol A, que é cancerígeno e nos elos de consumo destes ecossistemas, estamos no topo da pirâmide, portanto estamos ingerindo e estamos expostos á compostos cancerígenos.


Uma possível solução, não demanda gastos públicos ou privados, mais sim educação e educar nossos futuros substitutos.


Vejam algumas fotos na qual tirei, em uma feira próxima a minha casa.











Até que ta mais ou menos, mas é porque ainda é cedo, depois de umas 4 horas de feira a coisa fica pior. Segunda dia 10 de Outubro, publicarei umas imagens de uma feira em Santo André. Aquela sim é muito suja.